Lideranças políticas do interior, que perderam as eleições de 2012, estão recebendo recursos federais sem trabalhar.
DO ATUAL7
Três meses depois de extinguir o famigerado ‘Conselhão da Corrupção’, a governadora sub judice do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), voltou a ser denunciada pela mesma prática.
Na sessão dessa quarta-feira (2), os deputados Rubens Pereira Júnior (PCdoB), líder do Bloco de Oposição, e Marcelo Tavares (PSB), denunciaram, da tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, o que eles apontaram como uma nova estratégia do governo Roseana manter o chamado ‘Bolsa Eleição’, em que várias lideranças políticas do interior, que perderam as eleições de 2012, e que estão recebendo sem trabalhar.

O EDUCADOR: César Pires, líder do governo Roseana flagrado trocando convênios milionários por apoio nas eleições, saiu em defesa da imoralidade com dinheiro federal. Foto: Divulgação / Agência Assembleia
Segundo o líder do Bloco de Oposição, o governo esperou apenas 11 dias para nomear os membros do antigo Conselhão, em cargos comissionados no Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (Inmeq), divisão do órgão executor federal Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Durante as investigações, os deputados da Oposição descobriram, no Diário Oficial do Estado do dia 7 de agosto, que pelos menos 12 ex-prefeitos e candidatos derrotados na última eleição, continuam recebendo dos cofres públicos para fazer campanha para Roseana Sarney e seu pré-candidato ao governo estadual, o secretário de Estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva, marcado por uma gestão de abandono de obras, em São José de Ribamar.
‘Por um segundo, eu acreditei que a governadora iria parar de usar o dinheiro público para pagar aliados que perderam a eleição; que em meio àquela onda de manifestações, o governo teria aprendido a lição que veio das ruas, que é a de não se aceitar mais a confusão de público com privado, que não se aceita que cabos eleitorais sejam pagos com dinheiro público’, declarou Rubens Pereira Júnior.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado César Pires (DEM), flagrado em um acerto de convênios de R$ 1,8 milhão – juntamento com Luis Fernando Silva – em troca de apoio nas eleições de 2014, tentou rebater a denúncia. O deputado disse que não existe aberração, afronta à legislação e nem dissabor técnico por parte de qualquer ser humano que exerça cargo público em colocar nos seus quadros pessoas políticas.
Em resposta à César Pires, o deputado Marcelo Tavares disse que nunca imaginou que um dia assistiria a uma sessão da Assembleia Legislativa maranhense de tão baixo nível, na qual os deputados da base do governo subiram à tribuna para defender a imoralidade.
‘Não imaginei que fosse presenciar uma sessão desse nível. Olhe o nível a que chegaram na Assembleia Legislativa, o grau de apodrecimento do grupo Sarney. Isto é uma vergonha!’, protestou.
Segundo os deputados da oposição, vários dos aliados da governadora nomeados são fichas sujas, ou seja, foram processados e condenados por crime de improbidade administrativa e, ainda, não tem a competência técnica que o cargo ocupado exige. ‘Foram nomeados para não trabalhar, só para votar e fazer campanha. A Lei do Ficha Limpa, que a governadora sancionou, já foi rasgada’, afirmou Marcelo Tavares.
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