quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Governo Roseana usa divisão de órgão federal para bancar aliados que perderam as eleições

Lideranças políticas do interior, que perderam as eleições de 2012, estão recebendo recursos federais sem trabalhar.


DO ATUAL7
Três meses depois de extinguir o famigerado ‘Conselhão da Corrupção’, a governadora sub judice do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), voltou a ser denunciada pela mesma prática.
Na sessão dessa quarta-feira (2), os deputados Rubens Pereira Júnior (PCdoB), líder do Bloco de Oposição, e Marcelo Tavares (PSB), denunciaram, da tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, o que eles apontaram como uma nova estratégia do governo Roseana manter o chamado ‘Bolsa Eleição’, em que várias lideranças políticas do interior, que perderam as eleições de 2012, e que estão recebendo sem trabalhar.
César Pires, líder do governo Roseana flagrado trocando convênios milionários por apoio nas eleições, saiu em defesa da imoralidade com dinheiro federal. Foto: Divulgação / Agência Assembleia
O EDUCADOR: César Pires, líder do governo Roseana flagrado trocando convênios milionários por apoio nas eleições, saiu em defesa da imoralidade com dinheiro federal. Foto: Divulgação / Agência Assembleia
Segundo o líder do Bloco de Oposição, o governo esperou apenas 11 dias para nomear os membros do antigo Conselhão, em cargos comissionados no Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (Inmeq), divisão do órgão executor federal Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Durante as investigações, os deputados da Oposição descobriram, no Diário Oficial do Estado do dia 7 de agosto, que pelos menos 12 ex-prefeitos e candidatos derrotados na última eleição, continuam recebendo dos cofres públicos para fazer campanha para Roseana Sarney e seu pré-candidato ao governo estadual, o secretário de Estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva, marcado por uma gestão de abandono de obras, em São José de Ribamar.
‘Por um segundo, eu acreditei que a governadora iria parar de usar o dinheiro público para pagar aliados que perderam a eleição; que em meio àquela onda de manifestações, o governo teria aprendido a lição que veio das ruas, que é a de não se aceitar mais a confusão de público com privado, que não se aceita que cabos eleitorais sejam pagos com dinheiro público’, declarou Rubens Pereira Júnior.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado César Pires (DEM), flagrado em um acerto de convênios de R$ 1,8 milhão – juntamento com Luis Fernando Silva – em troca de apoio nas eleições de 2014, tentou rebater a denúncia. O deputado disse que não existe aberração, afronta à legislação e nem dissabor técnico por parte de qualquer ser humano que exerça cargo público em colocar nos seus quadros pessoas políticas.
Em resposta à César Pires, o deputado Marcelo Tavares disse que nunca imaginou que um dia assistiria a uma sessão da Assembleia Legislativa maranhense de tão baixo nível, na qual os deputados da base do governo subiram à tribuna para defender a imoralidade.
‘Não imaginei que fosse presenciar uma sessão desse nível. Olhe o nível a que chegaram na Assembleia Legislativa, o grau de apodrecimento do grupo Sarney. Isto é uma vergonha!’, protestou.
Segundo os deputados da oposição, vários dos aliados da governadora nomeados são fichas sujas, ou seja, foram processados e condenados por crime de improbidade administrativa e, ainda, não tem a competência técnica que o cargo ocupado exige. ‘Foram nomeados para não trabalhar, só para votar e fazer campanha. A Lei do Ficha Limpa, que a governadora sancionou, já foi rasgada’, afirmou Marcelo Tavares.

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