sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Futebol 2014: Bom Senso acena com greve em janeiro caso negociações com a CBF não avancem

Correio Braziliense

O início da temporada do futebol brasileiro corre risco. Os campeonatos estaduais estão programados para começar em 18 de janeiro, mas a data pode ser adiada: a greve de jogadores ainda neste mês é uma hipótese real, segundo líderes do movimento Bom Senso FC. Insatisfeitos com a falta de progresso nas negociações com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os atletas vão intensificar as reuniões quando se reapresentarem às suas equipes, a maioria a partir de segunda-feira. Seria a primeira paralisação de alcance nacional na história.


A possibilidade de atrasar os estaduais move o grupo no início de 2014. “Não precisa falar com todas as letras, mas o caminho é claro. Se não houver posicionamento, o ano pode nem começar. Os jogadores estão unidos e preparados para entrar em ação”, adianta o zagueiro Paulo André, do Corinthians, principal porta-voz do movimento, que hoje conta com 1 mil integrantes. Para assegurar a legalidade em caso de paralisação, o Bom Senso conseguiu o respaldo da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf).

“Em termos práticos, nós conseguimos quase nada em 2013. Se ninguém nos ouvir, fatalmente chegaremos a uma greve”, afirma o lateral-esquerdo Paulo César, ex-Fluminense, figura importante no núcleo do movimento. A paralisação chegou a ser ventilada na última rodada da Série A de 2013, mas o movimento avaliou que as férias e a pré-temporada dos jogadores seriam prejudicadas. As decisões mais importantes são lideradas por um grupo menor, formado também por Alex, D’Alessandro, Dida, Juan e Rogério Ceni.

Os atletas do Bom Senso FC têm duas reivindicações principais. A primeira delas é a alteração do calendário brasileiro a partir de 2015, reduzindo o número de partidas das equipes da elite e aumentando o número de jogos das demais. O movimento também exige a implementação do fair play fiscal e trabalhista.

A proposta do grupo foi enviada à CBF. Os jogadores cobram que os clubes de futebol não tenham deficit maior do que a receita; a implementação de uma agência reguladora capaz de penalizar as equipes que atrasem salários; a exclusão de equipes devedoras dos campeonatos; e a responsabilização de dirigentes.

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