Dados do Conselho Federal de Medicina revelam que hoje, no Maranhão, existe menos de um médico para cada mil habitantes. Para tentar aumentar a quantidade de profissionais trabalhando, novas vagas do curso de medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foram abertas para o interior do Estado. A intenção é de que com mais profissionais formados, o atendimento à população melhore e também diminua o sofrimento de quem busca as unidades de saúde.
Atualmente, a realidade é chocante. Há pacientes espalhados pelos corredores. Um sofrimento que aumenta sem acomodação das enfermarias. A espera pelo atendimento médico é uma das maiores reclamações num dos principais hospitais de urgência e emergência da cidade, o Socorrão I, para quem está internado ou até para quem veio em busca de uma simples consulta.
Irene Ribeiro levou a mãe de 72 anos para o hospital. A longa espera pelo atendimento causou revolta. A idosa ficou muito tempo aguardando, sem saber se ía ser recebida por um médico. “Não se encontra um médico cardiologista. E eu não posso dar nada de alimentação para ela, um leite sequer”, reclamou.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, o número de médicos que atende à população maranhense está muito abaixo da média nacional. Enquanto no Brasil são dois profissionais para cada mil habitantes, no Estado, esse número cai para menos de um, para cada mil habitantes.
Segundo o Conselho Regional de Medicina, o Maranhão tem cerca de 5,2 mil médicos. Mais da metade só na capital. “O médico prefere trabalhar onde tem condições de trabalho, onde tem boas condições e remuneração, em vez de ir para o interior, onde nem sempre isso é garantido”, explicou o presidente do CRM-MA, Abdon Murad.
O Ministério da Educação autorizou a criação de mais 160 vagas para o curso de medicina da Universidade Federal do Maranhão. A reitoria decidiu que todas as vagas vão ser para os campus de Imperatriz e Pinheiro – que vão sediar o curso pela primeira vez. O objetivo é formar mais profissionais para atuar no interior – que enfrenta uma situação ainda mais grave da falta de médicos para cuidar de tantos pacientes. “A presença do curso de medicina do interior já vai ajudar a mudar a realidade social local”, afirmou o reitor da UFMA, Natalino Salgado.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Luís informou que tem trabalhado para oferecer melhores condições de atendimento à população que busca serviços na rede de urgência e emergência do município, com ações de reestruturação física, normalização do abastecimento de medicamentos, alimentação e insumos. Destacou ainda que as unidades passarão por ações a curto, médio e longo prazo, entre elas, reforma e ampliação do Socorrão II, além da aquisição de novos equipamentos.
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