Lei que criou a 'Hospitalar' estabelece que é dispensada a licitação para a contratação da empresa pela administração pública.
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Depois de dezenas de contratos milionários – a maioria suspeitos – com as terceirizadas ICN, Bem Viver e Pró-Saúde, a governadora Roseana Sarney e o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, decidiram criar, há poucos meses das eleições de 2014, uma empresa pública para comandar todas as unidades hospitalares estaduais.
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CONTROLE TOTAL DOS HOSPITAIS DO ESTADO Posse dos membros do Conselho de Administração da Hospitalar, no dia 18 de novembro deste ano. Foto: Nestor Bezerra |
Trata-se da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), a ‘Hospitalar’, criada desde dezembro do ano passado, por meio da Lei Estadual nº 9.732, que enfrenta uma uma ação direta de inconstitucionalidade na Justiça – proposta pelo Sindicato dos Profissionais de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Maranhão (SINPEES/MA), e aguarda uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), desde o dia 8 de outubro deste ano.
Sob a presidência de Sérgio Sena de Carvalho, parente por afinidade – pai de um dos genros – de Murad, a Emserh possui um Conselho Administrativo, Fiscal e Consultivo, além de uma Diretoria Executiva, sendo a nomeação de todos os cargos, inclusive a presidência, de competência exclusiva da governadora do Maranhão, por indicação do secretário de Saúde.
Nos mesmos moldes da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), por ser de personalidade jurídica de direito privado, a ‘Hospitalar’ não possui atribuição legal para a realização de concursos públicos, devendo somente contratar servidores por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por meio de processo seletivo simplificado e de contratos temporários, cujo tempo terá no máximo quatro anos de duração [dois anos, mais dois anos de renovação].
Curiosamente, a Lei Estadual que autorizou a criação da Emserh estabelece, em seu artigo 5º, que é dispensada a licitação para a contratação da empresa pela administração pública. E esta liberdade administrativo-financeiro está toda nas mãos de Ricardo Murad, que é quem realmente comanda a Emserh, segundo próprio o estatuto social da própria.
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