Fugindo da Rejeição?

Por José Reinaldo Tavares

A oligarquia em seus estertores vai tentando driblar a grande rejeição que hoje seus principais membros apresentam. A de Roseana Sarney é gigantesca, e chega ao absurdo, já que oito entre cada dez pessoas não a suportam mais. Está pagando por anos de governos desastrosos, incapazes e que só trouxeram pobreza e desalento para a grande maioria dos maranhenses.

Mesmo assim, eles não desistem do poder. Só lutam para mantê-lo e para isso passam por qualquer constrangimento e humilhação.

No passado, na primeira eleição de Roseana ao governo, ela aboliu o Sarney do nome. Era só Roseana. Não era Sarney. Evitava a rejeição do pai. Agora chegou a dizer que toda a rejeição que sofria era porque era filha do senador José Sarney. Ela certamente não tinha culpa pela rejeição. Esta era da família. Não dela.

Mas, convenhamos, ela teria sido alguma coisa na vida se não fosse filha de José Sarney? Teria sido governadora, senadora sem o apoio cuidadoso do pai? Não dá para acreditar que Roseana realmente acredite nisso. Ela nunca teria sido governadora sem o Sarney no nome.

E na verdade hoje não se sabe quem possui a maior rejeição, se o pai ou a filha.

Tal como em 1994, vemos uma tentativa para evitar que a rejeição gigantesca de Roseana chegue ao seu candidato a governador. Certamente é recomendação de seu marqueteiro, obviamente baseado em pesquisas. Para a orgulhosa Roseana, isso é uma punhalada no ego. Mas o pragmatismo a faz engolir a humilhação e o constrangimento.

A situação de Luís Fernando é muito difícil, pois não é apenas a rejeição de Roseana que precisa evitar. Ele nada pode falar sobre a pobreza, indicadores sociais, analfabetismo, escolaridade média, sobre exame do Pisa, IDH, renda per capita, nada. E se perguntarem sobre a violência, sobre a criminalidade, sobre o crime nas penitenciarias, Luís Fernando é capaz de sair correndo. Só fala sobre asfalto, aliás, feitos sem fiscalização, sem técnica de engenharia rodoviária, sem controle de laboratórios. São estradas que, por consequência, não aguentam muito tempo, mesmo sem tráfego mais pesado. É uma operação para dar ao candidato algum tema para falar. O resto não faz parte do show do candidato. Parece que ele concorre ao cargo de Secretário de Infraestrutura em novos governos e não ao de governador.

Naturalmente, Luís Fernando tem razão de tentar fugir desses assuntos. Pois, como prefeito de São José de Ribamar, deixou um município com indicadores sociais deploráveis, com a educação muito ruim, com IDHM entre os piores. Já comparei aqui esses indicadores com o município vizinho de Paço do Lumiar, que recebe do Fundo de Participação metade do valor disponível para Ribamar. Agora reparem que, na época em que Luís Fernando foi prefeito, Paço do Lumiar nem prefeito tinha na maior parte do tempo.

Mas será que a população vai acreditar que realmente ele não tem nada a ver com a bagunça que é o atual governo do Maranhão? Como imaginar isso, se foi o homem forte da gestão Roseana Sarney? Sim, pois foi o chefe da Casa Civil, que controla toda a ação do governo, e depois se tornou o poderosíssimo Secretário de Infraestrutura, onde exerce o cargo com poder ilimitado.

Desde o governo Nunes Freire, Luís Fernando exerce cargos de chefia no governo do Maranhão. Não faltou a nenhum, exceção foi o de Jackson Lago, certamente porque era prefeito.

Não dá, Luís Fernando, pensa bem. Soa falso. Não dá para se esconder e fingir que não é com você. Você tem parte nisso.

Aliás, o que será que o candidato tem a dizer sobre a tentativa de levar o gás de Santo Antônio dos Lopes para Barcarena, deixando o porto do Itaqui a “ver navios”? Isto é, sem gás, energia barata que é fundamental para que o porto se transforme em um dos maiores do país… Não é importante, Luís Fernando? Nada a dizer? Concorda ou não?

O fato de ser obrigado a andar sozinho, sem Roseana, lhe tem causado grandes constrangimentos. Agora, em Lago da Pedra, a experiente prefeita Maura Jorge viu que levar o candidato sem uma atração seria um fiasco. Não iria ninguém. Seria cobrada por isso. Então partiu para o tudo ou nada. Contratou uma famosa banda de forró e convidou o povo para vê-la. Com efeito, bastante gente compareceu. E para mostrar a suposta penetração política do candidato, deu-lhe um título de cidadão de Lago da Pedra, que na verdade é falso, pois não foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Tudo muito grotesco.

Haja sufoco, não, Maura Jorge?

Alguma coisa muito estranha está acontecendo no governo do estado. Até parece que colocaram o estado em liquidação, daquelas que são feitas quando o negócio acabou e não resta mais nada a fazer senão sair dele.

Primeiro foi a compra de caviar, lagosta, champanhe, etc. no auge da crise monumental que envolve a administração estatal, justo no momento em que o crime tomava conta do Maranhão e presos eram degolados nas cadeias. Agora, sem que nada tenha sido resolvido, situação em que pessoas amedrontadas estão cancelando viagens para cá no carnaval, o governo do estado lança campanha caríssima, convidando aos brasileiros (entre turistas e empresários) para virem conhecer o novo Maranhão, rico, progressista, acolhedor, tudo fruto do trabalho de Roseana Sarney no estado. Devem ter pirado de vez!

Para finalizar, o Prefeito Edivaldo Holanda Junior deu um passo importante nomeando Helena Duailibe para a Secretaria de Saúde. Helena é muito competente e, se tiver apoio, vai conseguir melhorar muito o atendimento da saúde na capital.